Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres

O primeiro templo a existir naquele local terá sido construído no século XIII, do qual subsiste atualmente o magnífico portal românico.

Constitui o mais antigo monumento de Aljubarrota e o de maior relevo histórico. Nesta igreja ouviu missa e rezou o Condestável D. Nuno Álvares Pereira no dia 14 de Agosto de 1385, antes de se dirigir para a frente de batalha, nos campos de S. Jorge.

A Igreja está classificada como imóvel de interesse público desde 1959. Monumento de características raras que engloba vários estilos (romântico, gótico, renascentista e barroco) este facto deve-se às sucessivas reconstruções que foram sendo feitas ao longo dos tempos.

No interior, deparamo-nos com um coro alto de balaustrada de madeira, assente em quatro grossas colunas dóricas de pedra calcária, e à esquerda situa-se o batistério com uma volumosa pia batismal, monolítica, em forma de taça septagonal.

Ainda na zona de entrada, destaca-se as pias de água benta, igualmente monolíticas, com um grande recetáculo assente em peanhas altas.

O templo é de nave única coberta, com três panos de madeira, sendo a capela-mor abobadada. Na parede do lado direito, a partir da entrada, ganha corpo uma belíssima capela renascentista, e a mesma parede continua a apresentar um púlpito de pedra, retângular, ornada com motivos geométricos e assente em mísula curvilínea, logo seguido de um grande nicho que acolhe o Anjo Gabriel.

A parede termina rasgada pelo grande arco gótico que abre para a capela medieval dos fundadores, MartimPalença e esposa, cujos sarcófagos estão ali patentes.

Em frente, na parede contrária, um outro altar lateral, votivo a Santo António, é emoldurado por pedra finamente lavrada, também ao gosto renascentista.

Na capela-mor em abóbada com nervuras rematadas por florão, encontram-se molduras em tratamento barroco, nas portas e janelas. De estilo maneirista, esta capela foi alterada e apresenta um conjunto de altar e retábulo de mármore rosa e branco de grande imponência. Ladeando o arco cruzeiro de grande altura, estão dois altares colaterais barrocos.

A festa em honra de Nossa Senhora dos Prazeres realiza-se no 1º Domingo de Agosto que é o dia dedicado a esta santa e dura 4 dias.

Casa dos Carvalhos e o Arq. Eugénio dos Santos

Situada na Rua Direita fica a Casa dos Carvalhos, edifício do Séc. XVIII, de acordo com a data de 1778 que encima uma das portas.
Nesta casa nasceu o Arquiteto Eugénio dos Santos, um dos maiores vultos mundiais da arquitetura e o mais ilustre cidadão de Aljubarrota. Foi o braço direito do Marquês de Pombal na reconstrução de Lisboa, após o terramoto de 1755. De sua autoria foi o projeto da Baixa de Lisboeta e o desenho do Terreiro de Paço e do Arco da Rua Augusta.
Para os homens do Norte é motivo de orgulho, no Porto, o Palácio da Relação, também de sua autoria.
Foi Eugénio dos Santos (Eugénio dos Santos e Carvalho de seu nome completo) o responsável pela reconstrução de Lisboa até à sua morte, na qualidade de Diretor da Casa do Risco das Obras Públicas.

Praça do Pelourinho

Ex-libris de Aljubarrota, esta praça, verdadeira sala de visitas da Vila, conjuga a harmonia da sua dimensão e equilíbrio com a notoriedade dos monumentos que a preenchem, a saber:
Pelourinho, símbolo da justiça, de frute cilíndrico monolítico encimado por uma esfera e um escudo, coberto com um chapéu cardiálgico, talvez aludindo ao Cardeal Rei D. Henrique, que foi abade comanditário em Alcobaça.
A Torre sineira ou Torre do relógio data da época de D. Sebastião, que no Mosteiro de Alcobaça passou largo tempo da sua juventude. A Torre, símbolo do poder civil. está separada da Casa da Câmara (hoje sede das Juntas de Freguesia) constituindo um modelo arquitetónico muito belo e raro.

Casa dos Capitães

Situada junto ao Largo de Nª Sª dos Prazeres, é um belo edifício do século XVIII com belíssimas janelas aventaladas, cuja reconstrução, constante de uma lápide é de 1779.
É constituída por dois corpos, sendo uma antiga residência dos capitães de milícias e outro formado por antigos cómodos e cavalariças, pois era obrigação do capitão dar guarida e proteção aos viajantes e forasteiros.

Igreja de São Vicente

Situada no Largo do mesmo nome, no extremo nascente da Rua Direita, junto da nacional que liga Alcobaça a Leiria, fica este templo paroquial fundado em 1549, no local onde outrora existiu uma ermida do século XII.

A construção desta igreja foi exigência da população que pretendia a criação de uma segunda freguesia em Aljubarrota, com uma igreja própria no séc XVI. No entanto, o interior bem como o exterior foram profundamente remodelados nos inícios do séc. XX e ainda na reconstrução de 1972, para além dos retábulos e da capela mor este templo apresenta estatuária de valor, em que avulta um grande escultório do século XVI figurando Santa Ana, a Virgem e o Menino.

É particularmente interessante a torre sineira do século XVI, encimada por um invulgar coruchéu em forma de "tiara" ou de três coroas sobrepostas, características do distintivo papal.

No exterior destaca-se ainda o empedrado envolvente á igreja , o pequeno cruzeiro de pedra lavrada e os dois túmulos oitocentistas.

Para além destes, ainda se encontram naquele largo peças de altar e outras peças que faziam parte da traça primitiva da igreja como pequenos fustes de colunas e duas aras de altar monolíticas e decoradas em alto-relevo, agora colocadas no exterior, junto da entrada.

O portal perdeu o significado com a última intervenção, sendo encimado por um pequeno óculo e pela empena que fecha com cruz de pedra, enquanto das paredes laterais ganham realce um significativo conjunto de gárgulas medievais.

De nave única, com teto de madeira disposto em três panos, a igreja é iluminada por janelas laterais e pelo óculo já referido. A capela-mor, de pavimento lajeado, apresenta abóbada de berço coberta a estuque. O altar-mor tem um retábulo, pintado com três painéis e colunas de pedra em estilo salomónico.

Lateralmente encontram-se dois altares seiscentistas, de pedra, dedicados a Santo António e Nossa Senhora do Rosário, com pintura no frontal superior.

1

2