Situado no sopé da Serra dos Candeeiros, outrora Serra de Albardos, em pleno maciço calcário estremenho, a aldeia de Moleanos pertence ao Concelho de Alcobaça, repartindo-se pelas freguesias de Prazeres de Aljubarrota, a Norte, e Évora de Alcobaça, a Sul.
Moleanos estende-se até ao cume da serra onde existe um arco em pedra, de volta perfeita e de estilo romântico, a que o povo chamou Arco da Memória, e que se encontra no limite dos Conselhos de Alcobaça e Porto de Mós, sendo também um dos limites dos antigos Coutos de Alcobaça.
Segundo a tradição, este Arco, lembra a doação que D. Afonso Henriques fez, em 1147, aos frades da Ordem de Cister, de todos os terrenos que dali se avistavam se conquistasse Santarém. Deste Arco desfruta-se um panorama maravilhoso que se estende até ao mar.
Assim, neste anfiteatro, as essências florestais dominantes são, entre outras, a oliveira, a figueira, o carvalho comum, o pinheiro bravo, o sobreiro, o medronheiro, o alecrim, o rosmaninho, as rosas albardinas e o carvalho cerquinho, espécie protegida desta região. Também o milho, o feijão, o grão-de-bico e o xíxaro, entre outras culturas, fazem parte da riqueza desta serra.
O solo seco, tendo por rocha mãe o calcário, fez com que os nossos antepassados se dedicassem à sua extração e o transformassem em mós para os moinhos e objetos de arte sacra, entre outros.
Da Cova da Pena foi extraída alguma da pedra para a construção do Mosteiro de Alcobaça.
A povoação é sulcada pela estrada real D. Maria Pia, a primeira estrada que ligou Lisboa ao Porto, e o casario dispõe-se ao longo das principais artérias.
Desde muito cedo as primeiras pessoas que por aqui se fixaram aprenderam que, se queriam viver, era necessário lavrar as próprias pedras da serra. Assim fizeram e em cada palmo de terra que ia aparecendo logo plantavam uma oliveira.
Durante muito tempo o povo viveu apenas daquilo que a terra dava, daí que ao longo dos anos, a nossa gente, se visse forçada a ir procurar trabalho noutras regiões, com particular incidência nas quintas dos arredores de Lisboa, região saloia e do Oeste, emigrando também para o Brasil e mais tarde para vários países da Europa.
Hoje só alguns mais idosos ainda vão trabalhando na terra, tendo sido os mais novos absorvidos pela grande expansão industrial, que nos últimos anos se instalou na região e que corresponde na generalidade à extração de inertes e cerâmica.